quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Patativa do Assaré o poeta do sertão (100 anos)

Patativa do Assaré inventou uma linguagem e um estilo literário próprios e criou um dialeto linguístico de raízes predominantementes sertanejas, ligadas à oralidade e ao cancioneiro, lembrando, neste ponto, a constituição da língua brasileira, fundada por José de Alencar. E nisto, com certeza, reside a genialidade múltipla e singular da sua produção artesanal.

Patativa é, a seu turno, a encarnação viva do sertão, a palavra enquanto instrumento de denúncia, a significação sinfônica do silêncio, a oralidade que mapeia e ordena a literatura e a gramática que se fazem, por fim, transmutadas ao campo da escrita.Conta o poeta Patativa que, aos oito anos, ouvindo a melodia e o gorgeio dos pássaros, despertou definitivamente para os grandes sentidos da palavra e da sua existência no mundo, pois que a natureza possui uma lei eterna e infalível e que aos deuses e poetas é facultada a criação enquanto princípio de interpretação de todas as coisas existentes.

Dois Quadros

Na seca inclemente do nosso Nordeste, O sol é mais quente e o céu mais azul E o povo se achando sem pão e sem veste, Viaja à procura das terra do Sul.
De nuvem no espaço, não há um farrapo, Se acaba a esperança da gente roceira, Na mesma lagoa da festa do sapo, Agita-se o vento levando a poeira.
A grama no campo não nasce, não cresce: Outrora este campo tão verde e tão rico, Agora é tão quente que até nos parece Um forno queimando madeira de angico.
Na copa redonda de algum juazeiro A aguda cigarra seu canto desata E a linda araponga que chamam Ferreiro, Martela o seu ferro por dentro da mata.
O dia desponta mostrando-se ingrato, Um manto de cinza por cima da serra E o sol do Nordeste nos mostra o retrato De um bolo de sangue nascendo da terra.
Porém, quando chove, tudo é riso e festa, O campo e a floresta prometem fartura, Escutam-se as notas agudas e graves Do canto das aves louvando a natura.
Alegre esvoaça e gargalha o jacu, Apita o nambu e geme a juriti E a brisa farfalha por entre as verduras, Beijando os primores do meu Cariri.
De noite notamos as graças eternas Nas lindas lanternas de mil vagalumes. Na copa da mata os ramos embalam E as flores exalam suaves perfumes.
Se o dia desponta, que doce harmonia! A gente aprecia o mais belo compasso. Além do balido das mansas ovelhas, Enxames de abelhas zumbindo no espaço.
E o forte caboclo da sua palhoça, No rumo da roça, de marcha apressada Vai cheio de vida sorrindo, contente, Lançar a semente na terra molhada.
Das mãos deste bravo caboclo roceiro Fiel, prazenteiro, modesto e feliz, É que o ouro branco sai para o processo Fazer o progresso de nosso país.

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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Poema do livro “os nossos pensamentos dos outros” de Euzébio Oliveira e Marcelo Lima

Meu chão


Não sou poeta, mas queria ser para poder brilhantemente traduzir com palavras todo meu sentimento, todo prazer e todo amor que sinto pela minha terra.


Oh! Minha terra de jeitos suavizais de ruas tranqüilas e gente bonita, eu não seria feliz se o teu ar não pudesse respirar, se o teu chão eu não pudesse pisar, se teus rios eu não pudesse me banhar.


Ah! Minha terra querida, quero viver ainda muitos anos para poder ver de perto o teu desenvolvimento, o teu crescimento e se Deus permitir ser um pequeno pedaço da tua grande historia, quero ainda acordar de manhã e encher os meus pulmões com o teu ar puro e saudável, quero te ver forte, pulsante, quero te ver produzir mais e mais. E quando eu não poder mais estar do teu lado, quando chegar minha hora, quando Deus me chamar, eu quero ainda estar aqui, para aqui ser enterrado e meu corpo sirva de adubo alimentar este chão fértil, e que minha alma seja uma estrela brilhante sob o céu da minha terra amada.

Euzébio de Oliveira

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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Projeto “Armários do Saber” completa dois meses

Claudinei, Drª. Socorro, Dr. José Martins, Ednilson, Euzébio Oliveira, Marcos Antonio e Neuza Ramos

As crianças são o público-alvo do projeto "Armários do Saber", que já disponibilizou cerca de 800 livros para a comunidade de Barra do Choça.

Lançado em 22 de junho, aniversário de emancipação do município, o projeto “Armários do Saber”, completou dois meses com sucesso junto aos moradores de Barra do Choça. A ideia, segundo os idealizadores, é arrecadar livros juntos a entidades privadas e à comunidade para, posteriormente, distribuí-los nos “armários do saber”. O projeto é realizado por uma equipe de voluntários composta por 12 pessoas.Ao todo já foram disponibilizados ao público, cerca de 800 livros.


Uma iniciativa inédita na Bahia, os voluntários trabalham com a ideia de que é possível ter um acervo de livros em praça pública. Segundo Claudinei Leite, um dos idealizadores, qualquer pessoa pode ter acesso às obras, 24 horas por dia, sem nenhuma burocracia ou restrição, ninguém para controlar ou vigiar os armários. “O nosso objetivo é passar a ideia de que o livro não terá um único dono, mas diversos usuários, além de ampliar seu conhecimento e também contribuir para que esse ciclo virtuoso atravessar o tempo e o espaço, já que não tem data pra terminar e não existem fatores que impeçam esse projeto de chegar a outras cidades ou estados”, disse.


De acordo com os membros do projeto “Armários do Saber”, a iniciativa vem alcançando um resultado bastante expressivo. “Queremos agradecer à população pelo apoio. São atitudes como essas que nos estimulam a acreditar que Barra do Choça é uma cidade diferenciada, e por isso, estamos empenhados neste projeto”, afirmou Leite. Em seguida, ele informou que ainda é preciso conscientizar as pessoas sobre a dinâmica do projeto.

“Queremos mostrar que os livros pertencem à comunidade e que quando alguém estiver pegando um livro no armário, ele tem que ter a consciência de que está tomando emprestado. Ou seja, o livro não é dele, é um objeto universal que pertence à praça de Barra do Choça. Você devolvendo os livros estará dando oportunidade de leitura a outras pessoas”, disse o voluntário.

A iniciativa do projeto foi tomada por ser uma coisa simples, criativa, futurista, que promove a leitura. A execução, segundo os organizadores, é favorecida pela simplicidade da idéia e pelo seu potencial e objetivo. O diferencial desse projeto é diminuir a burocracia. Eles acreditam que, a médio e longo prazo, a presença de livros distribuídos nos “armário do saber” possa mudar os hábitos de leitura dos moradores de Barra do Choça.

A curto prazo, no entanto, já está promovendo a circulação de livros pela cidade e também troca de experiências sobre a leitura, o que, por si só, já promove a leitura. A longo prazo – disse Claudinei Leite - pretendem colocar os “armários do saber” em cada praça pública e transformá-la num lugar, alegre, prazeroso e dinâmico. “Queremos ‘espalhar’ a cultura, tendo a leitura como esse meio transformador e distribuir novos armários do saber na zona rural do município de Barra do Choça, ampliando, assim, as chances de formar novos leitores, de gerar pessoas mais críticas e conscientes”, conclui.
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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

CAMPEÃ: Artistas de Barra do Choça deram show em Jequié no 1º Festival de Teatro do Sudoeste Baiano

A peça de teatro “Cultura Vida ou Morte” dirigida pelo Autor, Ator e Diretor Murilo Donato apresentou nesta sexta feira 28/08 no 1º Festival de Teatro do Sudoeste Baiano que aconteceu no município de Jequié de 23 a 30 de agosto. Mais uma vez os artistas Barrachocense encantaram público e jurados e conquistaram o titulo de melhor peça de Teatro do sudoeste baiano,com o espetáculo “Cultura Vida ou Morte” A peça de teatro tem como protagonistas os atores Murilo Donato, Euzébio Oliveira e Jornando Bleg e a atriz Thayara Oliveira e na sonorização e apoio Wemeson e Wâgela.

Peça de Teatro “Cultura Vida ou Morte”
Apresentou no 1º Festival de Teatro do Sudoeste Baiano nesta sexta feiradia 28 de agosto as 20:00 horas no Centro de Cultura ACM em Jequié.


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